A aprendizagem de uma língua estrangeira, por vezes, fica muito longe da realidade do aluno, ou porque o mesmo nunca teve interação com a língua, porque a língua é difícil demais, ou porque a didática em que o aluno aprende fica muito longe de sua própria realidade. Esses fatos tornam esse aprendizado não significativo, e, como consequência, o aluno perde o interesse em aprender aquela língua proposta.
Diferente de um ensino não significativo, a língua pode estar atrelada ao que o aluno já conhece, partindo do princípio de que o aluno é agente participativo de seu processo de aprendizado. Levando em conta um aluno do Ensino Infantil, por exemplo, as brincadeiras e interações com o meio em que está e as pessoas a sua volta (alunos, professores e demais funcionários da escola), são o que faz desse aprendizado um ambiente rico e saudável:
Ainda de acordo com as DCNEI, em seu Artigo 9º, os eixos estruturantes das práticas pedagógicas dessa etapa da Educação Básica são as interações e a brincadeira, experiências nas quais as crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e interações com seus pares e com os adultos, o que possibilita aprendizagens, desenvolvimento e socialização.
(BNCC, sobre a Educação Infantil)
O mesmo acontece com uma língua estrangeira. Se o aluno for inserido num ambiente em que as interações são saudáveis, o ambiente de aprendizado é rico, e o aluno está inserido em seu próprio processo de aprendizagem. A situação é diferente de um aluno que possui pouco ou quase nada das situações anteriores. É pensando nessa proposta que o ensino de língua inglesa é proposto às crianças: parte-se do princípio de que o aluno já possui um conhecimento prévio sobre o assunto a ser trabalhado e, a partir desse conhecimento prévio, constrói-se o “novo conhecimento” (lê-se novo no caso de um aluno que nunca teve contato com a língua antes).
Os jogos e brincadeiras, na Educação Infantil, possuem um papel muito grande e riquíssimo dentro da sala de aula. É por meio deles que o aluno consegue colocar em prática vocabulários que acabou de aprender, interage com os colegas, aprende regras, coloca em prática conhecimentos matemáticos e linguísticos, etc. Também é por meio dos jogos e brincadeiras que um professor consegue avaliar em que ponto do processo de aprendizado o aluno se encontra.
A brincadeira é leve, não traz ansiedade, medo, os “brancos” e a insegurança que uma avaliação traria. A brincadeira é cheia de ideias, cores, números, movimentos e aventuras que exploram e intermediam um processo de aprendizado rico em conhecer um ao outro, mas também estar inserido num ambiente que o aluno já percorreu. Nesse sentido, a brincadeira faz todo sentido, pois mexe também com os sentimentos de um aluno que ganha não apenas uma partida, mas, no jogo da aprendizagem, ganha um arcabouço inteiro.
Profª Anelise Amador Silva