Apesar do tema aparecer constantemente em nosso dia a dia, seja em conversa com amigos ou na mídia, falar com os filhos sobre questões de sexualidade ainda é um tabu em nossa cultura. Infelizmente, nem sempre este diálogo é estabelecido em casa e a tendência dos jovens é procurar respostas em outras fontes, muitas vezes duvidosas.
Tudo para um adolescente pode tomar proporções enormes. Os hormônios estão fervendo, sua cabeça pensando em tudo, seus valores sendo revistos, seu corpo mudando… Eles estão entrando numa fase de responsabilidades, onde estão cientes que sua infância despreocupada está acabando e que de agora em diante terão cada vez mais deveres. Cabe aos pais nunca desprezar essas emoções e sentimentos tão confusos – abrindo um canal de diálogo franco com seus filhos desde cedo.
Por meio do dele, a família pode se conhecer melhor, sobretudo suas respectivas opiniões e sua capacidade de verbalizar sentimentos. Conforme a criança vai crescendo, alguns assuntos devem passar a ser menos teóricos, envolvendo a hora certa em que o sexo é introduzido na vida de uma pessoa adulta. Afinal, o mecanismo sexual é relativamente simples. O que complica são as relações e sensações que estabelecemos em relação aos nossos corpos e a criança começa a descobrir isso desde cedo.
O mais importante neste canal de diálogo e confiança com os filhos, crianças e jovens, é ensinar o que é amar, se relacionar, o que é afeto e privacidade, assim como identificar o que é abuso. Ou seja, reconhecer, respeitar e defender o próprio corpo e o corpo do outro.
Vale lembrar, ainda, que a maioria dos casos de gravidez não planejada acontece com adolescentes. De acordo com o Ministério da Saúde, 305 mil brasileiras de 10 a 14 anos tiveram filhos entre 2005 e 2015.