Aguardamos no portão de entrada, a chegada dos alunos. Um a um passam por nós com sorrisos de bom dia camuflados pelas máscaras, mas sem esconder os olhinhos brilhando e o entusiasmo característico da volta às aulas. Mesmo após meses sem encontrar os colegas, nada de abraços ou qualquer contato muito próximo, mas existe no ar um sentimento de alegria pelo retorno à escola.

São muitas novidades e hábitos para assimilar, turmas reduzidas, carteiras mais afastadas, todos de máscaras (alunos, professores e funcionários), álcool em gel, demarcações pelo chão com a exata distância de 1,5 metro, troca de máscaras a cada 3 horas, um protocolo estrito, muitas vezes tedioso e difícil de ser seguido, embora necessário.

Mas o que vejo, diariamente, são nossos alunos se reinventando, descobrindo novas formas de estar juntos. Brincadeiras outrora esquecidas ganham importância e atenção, como pular corda, elástico e bambolê. Muitos brincando de pedra, papel e tesoura, coelho sai da toca e tantos outros jogos. De repente, no intervalo, o silêncio é preenchido por risadas, diversão e alegria, afinal distanciamento social não tem nada a ver com distanciamento emocional.

 

Raquel Sampaio (monitoria)