Por Tony Felicio

Ao longo dos séculos, a humanidade tem produzido maldades progressivas. Desde que o homem resolveu independer de Deus, perdeu a noção do certo e do errado e criou seus próprios males. Quero citar, como exemplos, o comportamento machista e o reativo  movimento feminista. As mulheres foram vítimas de uma sociedade machista e, em contrapartida, surgiu o movimento feminista. Será que um responde o outro? Será que os ideais feministas são realmente a solução para o que o machismo trouxe?

Uma pesquisa publicada em American Economic Journal, em 2009, apresenta um dado interessante sobre a felicidade feminina. Em um artigo, decorrente da pesquisa, publicado com o título “The Paradox of Declining Female Happiness” (O Paradoxo do Declínio da Felicidade Feminina)*,  os pesquisadores concluíram que o nível de felicidade das mulheres caiu 13 pontos percentuais em relação a outra pesquisa semelhante, realizada em 1972.

Evidentemente a felicidade não é uma grandeza matemática. Medi-la em uma pesquisa não é fácil e nenhuma interpretação dos dados esgotará as razões que levam uma mulher a se sentir menos ou mais feliz. Entretanto, o aspecto interessante é este: não é tão óbvio que as conquistas das mulheres as levaram a uma melhor qualidade de vida ou a um maior nível de satisfação interior. É evidente que as mulheres conquistaram direitos que jamais deveriam ter sido negados a elas. Também é claro que o valor delas em nada deveria ser diminuído em relação aos homens e, com certeza, houve avanços nesse quesito. O ponto que quero ressaltar é que nossos filhos precisam de verdadeiros homens e verdadeiras mulheres. Enquanto as ideologias apresentam estereótipos, nossas crianças confundem-se pela falta de quem lhes dê parâmetros corretos da identidade masculina e da identidade feminina.

Deus criou o homem e a mulher com características e papéis diferentes, mas com a mesma importância. A felicidade de cada pessoa está na satisfação que ela tem. Satisfação está ligada à coerência entre a verdade sobre quem somos e a experiência de viver o que somos.  Nunca uma pessoa será feliz ao viver um estereótipo. Só existe felicidade real quando vivemos aquilo para o que fomos criados. Igualdade de direitos não pode ser confundida com igualdade de características. A diferença é rica e extremamente necessária a um casamento feliz e à criação de filhos estáveis, que sabem quem são e o que devem fazer aqui.

O machismo e o feminismo, sobretudo em sua terceira onda, são igualmente nocivos. Ser homem não é ser como os machistas são. Ser mulher também não é ser o que as feministas definem. Ambos criaram tipos do que a sociedade já não sabe definir corretamente. Eles têm a equivocada premissa de defesa de uma classe em detrimento da outra. Ah, se a humanidade voltasse suas perguntas para Deus e não ignorasse o que Ele pensa!

Homens e mulheres não deveriam se ver como classes em constante luta, mas como partes inseparáveis e complementares de uma sociedade equilibrada. Se os homens forem homens, as mulheres terão muito melhor condição de serem mulheres e vice-versa. Na proposta divina de sociedade, homens formam muros em torno das mulheres para que, protegidas, possam viver o melhor de sua feminilidade. Mulheres, com suas muitas habilidades, podem fazer de seus lares e de suas nações lugares muito mais cheios de vida e de sabedoria. Homem e mulher são igualmente valiosos. Suas diferenças não estabelecem níveis de valor, mas papéis distintos. Essas especificidades são excelentes e extremamente valiosas para as pessoas, para a família e para a sociedade.

Homens são fisicamente mais fortes e concebidos para proteger. Mulheres são mais sensíveis e engendradas para cuidar. Eles são generalistas e elas, detalhistas. Eles são mais racionais e elas, mais emocionais. Eles leem as manchetes e elas, as letrinhas pequenas. Eles se lançam em desafios e elas colocam travesseiros para amenizar as quedas. As crianças precisam dessas diferenças para crescerem bem formadas. A família precisa desses papéis distintos para ser bem-sucedida e a sociedade precisa de verdadeiros homens e verdadeiras mulheres para ser equilibrada e coerente. Homens não deveriam desejar ser emocionais como as mulheres, mas deveriam aprender a acolher e proteger a sensibilidade delas. Mulheres não deveriam exigir o direito de fazerem tudo o que os homens fazem, mas o direito de serem valorizadas pelo que são elas, e somente elas conseguem fazer.

A questão fundamental é que, sem considerar o pensamento de Deus como verdade absoluta, as pessoas criam ideologias que defendem como sendo absolutas. Precisamos admitir que, cultuar as ideias em vez de prestar culto ao único Deus verdadeiro, só traz confusão. Hoje vivemos a “Era do Relativismo”: uma ideologia é defendida na sociedade até que um grupo se opõe a ela e começa a propagar outra. Isso cansa!

Enquanto as ideologias permeiam os programas a que nossos filhos assistem e os livros que eles leem, o que nós fazemos? Enquanto eles vivem diante de estereótipos, o que fazemos para ajudá-los a perceber o que é realmente ser homem e ser mulher?  Quem não sabe quem é, pode se tornar qualquer coisa. Nossos filhos serão como os homens que eles identificaram como seus heróis. Nossas filhas serão como as mulheres que elas reconheceram como sua inspiração. Então nós, pais e mães, sejamos homens e mulheres como queremos que nossos filhos sejam. Se mostrarmos a verdade para eles, as mentiras não serão convincentes, mesmo que sejam bem articuladas.

Sou grato por mulheres que não deixaram homens maus determinarem o destino delas. Mulheres que fizeram de Jesus seu modelo de homem de verdade e seguiram seus caminhos. Mulheres que até foram abandonadas por seus pais ou maridos, mas nunca ensinaram a seus filhos que homens de verdade não existem.  Também sou grato por homens que descobriram quem são andando com Jesus e não às custas da infelicidade das mulheres à sua volta. Homens que sabem proteger, prover e guardar sua família e amar sua esposa a ponto de ela ser tudo que nasceu para ser. Os maus exemplos não revelam a verdade. As reações a eles nem sempre criam exemplos melhores. Que Deus nos guie a Ele mesmo! Que tenhamos coragem de voltar nossas atenções e perguntas para quem criou tanto o homem como a mulher conforme à sua imagem e semelhança! Que Sua misericórdia nos aproxime daquele que guarda em si mesmo todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento: Jesus!

Para fazer em família:

  1. Numa roda, lance a pergunta: O que significa ser homem e ser mulher?
  2. Em seguida, procurem referências de homem e mulher em que a família deve se inspirar para ser semelhante.
  3. Outra pergunta que vale a pena fazer é: O que cada um tem ouvido sobre esse assunto fora de casa? O que deve ser guardado e o que deve ser jogado fora?

*https://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/nyt/comentario-livre-e-infeliz/n1237629502575.html